sábado, 10 de março de 2012

Mundo Invisível


Foto: Andrei Bonamin/Ag Luz

Imaginar que o Rio de Janeiro tornou-se sinônimo de drogas, favelas, corrupção... Tem uma natureza generosa mas para o povo que ali mora não é somente maravilhas.
Agora identificar o começo do fim é inimaginável. Onde houve o erro?

Não sei responder.

Ontem voltava para casa, como de costume caminhando. Era cedo ainda, por volta das vinte e uma horas. Uma rua antes da minha, numa viela de acesso na rua Armazém, dois sujeitos ajeitavam um pó branco sobre uma caixa de fósforos.

O lugar não era escuro. Tão pouco escondido. Havia outras pessoas próximas, conversando. Havia pedestres, trânsito. E os dois ali, a ponto de dar uma fungada.

Tive vontade de parar, repreender eles, ainda que fossem maiores do que eu, bateu uma revolta. Não pelo consumo em si. Mas por estarem ali, desrespeitando todos os demais que escolheram não servir de mal exemplo.

É comum encontrar pessoas, garotos e garotas, sentadas à praças públicas, como aqui na frente da loja, ou na quadrinha, fumando maconha. Sim, comum. Tal como um cigarro ou uma lata de cerveja. No mundo invisível, consuma-se drogas entre crianças brincando de pega-pega, sob marquises, à porta de residências.

O bairro está crescendo, novos empreendimentos derrubam o que sobrou de mata, erguem-se espigões e algumas favelas continuam ali, as margens de córregos e da sociedade.

Talvez esse seja o começo. O pequeno usuário. Pequenos delitos. O tráfico. Seu Bela Vista. Rua Cinco. Rua Treze.

Seguindo passos dos morros fluminenses vemos menores armados, bailes liberais e drogas.

Quando será o fim?